A bioeconomia vem ganhando destaque nos últimos anos, em razão do forte apelo para a conservação dos recursos naturais, priorizando técnicas, incentivando pesquisas, estimulando profissionais a atentarem para as questões ambientais, sem deixar de produzir alimento, uma vez que somos constantemente demandados pelo mundo inteiro.
Dentro de um conceito amplo e em processo formativo, a bioeconomia na Amazônia se aplica tanto para setores intensivos em alta tecnologia, como fármacos, cosméticos e química verde, quanto para atividades extrativistas de produtos florestais não madeireiros, como óleos, frutos, sementes e resinas. Sendo assim, há possibilidade de agregação de valor aos produtos da sociobiodiversidade brasileira, produzidos pela agricultura familiar e por povos e comunidades tradicionais (LOPES; CHIAVARI; 2022 ).
É um modelo novo aplicado aos recursos naturais amazônicos como uma oportunidade de alavancar a economia local, popularizar a ciência, fortalecer pesquisas, valorizar a cultura local e sobretudo, manter a floresta em pé, produzindo e viva.
Alinhado ao Plano de Bioeconomia do Pará (PlanBio), cujo objetivo é desenvolver um modelo de desenvolvimento a partir de Soluções baseadas na Natureza (SbN), viabilizando a transição para uma Matriz Produtiva Bioeconômica diversificada, pautada em processos produtivos locais da sociobiodiversidade e conectados com o fomento à socioeconomia local, incorporando conhecimentos tradicionais àqueles originados pela ciência e tecnologias modernas, a aquicultura representa uma alternativa para contribuir com esse objetivo.
Nesse contexto, a aquicultura compõe o Plano de Bioeconomia do Pará, como uma estratégia para melhor posicionar essa atividade como produtora de alimentos, automaticamente como geradora de emprego e renda, visto que, ao lado de atividades de base florestal, pesca e indústria de transformação, a aquicultura possui uma baixa participação na economia do Pará, contrariando os fatores ambientais favoráveis.
Tendo em vista que essas atividades estão diretamente vinculadas à biodiversidade do meio biótico (flora e fauna aquática) presente na vegetação nativa e nos ambientes aquáticos do estado do Pará e relacionadas ao conhecimento tradicional em relação aos diferentes tipos de uso econômico das espécies, são consideradas como base da estrutura produtiva da bioeconomia do estado do Pará. Tais atividades podem ser subdivididas em produtos florestais madeireiros e não madeireiros, e produtos pesqueiros (PlanBio, 2022) .
É importante conhecer e ressignificar os recursos pesqueiros amazônicos para que apoiados nessa premissa de ser potencial para bioeconomia no Pará, seja de fato proposto um modelo sustentável, pensando na cadeia produtiva de forma integrada, em todos os elos e obviamente, no incremento à economia local.
Ademais, essa obra busca visualizar o cenário atual da aquicultura no Pará, bem como as normas de licenciamento ambiental para que seja efetivamente implantado o empreendimento aquícola. Além do incentivo ao desenvolvimento do comportamento empreendedor em aquicultores, as possibilidades de aplicação das energias renováveis na aquicultura, como modo de inovação em consonância com os preceitos da sustentabilidade, concatenando com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), para contribuir com a Agenda 2030 e com o Plano de Bioeconomia do Pará.
(Os autores)