O principal objetivo deste livro não é ensinar História nem narrar fatos curiosos ou originais (embora o faça), mas apenas tentar, cronologicamente, estabelecer relação entre eles de forma a aprofundar a compreensão da própria História.
Um exemplo deste método é o seguinte: para nós estarmos aqui hoje, o Brasil teria que ser descoberto, para que o Brasil fosse descoberto, as grandes navegações no final do século quinze precisavam acontecer, e para isto os ibéricos precisavam de uma nova tecnologia para se lançar em alto mar (isto era necessário porque o sistema de cabotagem cobra um custo muito alto em vidas e navios para contornar a África devido às correntes marítimas sul-norte e pelo Mediterrâneo teriam que passar pelos muçulmanos que dominavam o caminho da Ásia). Para navegar em alto mar os mapas eram fundamentais, senão os navios se perderiam. Mas para fazer mapas são necessários: a matemática (para medir, calcular e criar um sistema de coordenadas planas), um instrumento para levantar a latitude, um relógio (para calcular o tempo do percurso e a velocidade) e uma bússola. Vimos que os portugueses (1500 d.C.) e os turcos (1513 d.C.) tinham os mapas copiados da biblioteca de Constantinopla que vieram de Alexandria, saqueada pelos árabes (610 d.C.), mas os mapas só puderam ser feitos a partir da matemática da Índia trazida pelos árabes. A Biblioteca de Alexandria (290 a.C.) foi montada a partir dos livros gregos, como os de Hiparco (150 a.C.), que desenvolveu o planisfério, mediu os ângulos e criou (ou copiou de alguém) um sistema de coordenadas. Esses conhecimentos gregos vieram da Academia de Platão (385 a.C.) que veio das escolas antigas (500 a.C.) que começaram com o racionalismo científico de Tales (624 a.C.), a matemática de Pitágoras (569 a.C.) e a escrita fenícia (1200 a.C.) de onde veio a grega (800 a.C.). Resumindo, os conhecimentos dos gregos vieram do Egito e da Babilônia. A Babilônia os recebe da biblioteca assíria (700 a.C.) que, por sua vez vieram da “Casa das Tabuinhas” sumérias (3760 a.C.).
Em suma, todos os eventos mais importantes da História sempre dependerão dos esforços acumulados dos povos antigos a quem devemos tudo o que sabemos nos dias de hoje.
Sobre o autor
Sérgio Coqueijo Gomes Vianna é autor da obra ” Cronologia da humanidade: os eventos de 120000 A.C a 2015 D.C” publicada pela Editora Itacaiúnas no ano de 2016.