Entre os anos de 2015 e 2017 o Núcleo de estudos, pesquisa e extensão em relações étnicoraciais, movimentos sociais e educação (N’UMBUNTU) contou com o apoio de verbas do Programa de Extensão Universitária (PROEXT/MEC), para o desenvolvimento de suas atividades, o que possibilitou o custeio de bolsas de extensão, impressão de dois números do periódico N’umbuntu em Revista, realização de viagens em atividades extensionistas por parte dos docentes envolvidos, e a apresentação de trabalhos em congressos por parte dos discentes e docentes, em estados como Acre, São Paulo e Paraíba; vinda à Marabá de professores colaboradores com experiência nas temáticas em
que o núcleo atua, onde puderam participar do evento I N’umbuntu Nacional: Educação das Relações Étnico-Raciais e Interdisciplinaridade (2015) e de reuniões técnicas e de rodas de conversa tendo como público-alvo a comunidade universitária da Unifesspa e docentes da educação básica¹.
Tais atividades, entre outras que são elencadas nos artigos que formam esse livro, contribuíram para o fortalecimento do N’umbuntu, que está vinculado à Faculdade de Ciências da Educação (Faced) do Instituto de Ciências Humanas (ICH)².
O núcleo foi criado em 2012 pelos professores Ivan Costa Lima (hoje na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) e Gisela Macambira Villacorta, docente da Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia-Tocantins da UNIFESSPA, como núcleo eletivo no cerne do curso de Licenciatura em Pedagogia e atualmente também está cadastrado como grupo de pesquisa no Diretório do CNPq.
O programa desenvolvido pelo N’umbuntu por meio do apoio do Proext/Mec foi voltado sobretudo para o trabalho junto a escolas da educação básica de Marabá-PA, em especial escolas vinculadas a rede municipal e estadual, objetivando ampliar a abordagem da História da África e da História e Cultura Afro-Brasileira, temáticas tornadas obrigatórias na educação básica desde a alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), por meio da lei 10.639/2003.
Boa parte das atividades realizadas também fizeram referência a Lei 11.645/2008, que acrescenta a obrigatoriedade de se trabalhar com a história e cultura indígena.
Foram pensadas atividades de capacitação e planejamento junto a professores que atuam nessas escolas, bem como atividades inseridas no cotidiano escolar, em apoio a projetos desenvolvidos por esses docentes, que buscavam envolver em alguns casos todo o conjunto de alunos das escolas, e, em outros, grupos mais específicos, a partir do seu anual adotado pelos professores. Ao todo, foram realizadas atividades em mais de dez escolas de Marabá e municípios próximos, bem como junto a docentes que atuam na educação básica em Ilha Solteira-SP, através de convênio feito entre a Unifesspa e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Além das atividades realizadas nas escolas, foram desenvolvidas atividades de ensino no âmbito da Faced e da Faculdade de História (Fahist), objetivando colaborar com a formação inicial dos alunos dos cursos de licenciatura. Ambas as faculdades possuem disciplinas voltadas para as temáticas étnicoraciais, o que facilita o trabalho a ser realizado em busca da construção de outros olhares em relação a história e cultura afro-brasileira, bem como no que tange a história e cultura dos povos indígenas.
As atividades no curso de Pedagogia colaboraram com a elaboração de ao menos cinco trabalhos de conclusão de curso, incluindo-se dois cujos resultados estão sendo parcialmente publicados nesta obra, de autoria de Kwyipykitire Ahkitkmyi Junure, sobre os jogos e brincadeiras tradicionais entre os indígenas Gavião kyikatêjê, e Jaqueline Dayane C. Silva, sobre a formação de professores que atuam na Educação do Campo para o trabalho com a Educação das Relações étnico-raciais.
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Em síntese, os textos reunidos no livro fazem referência as experiências desenvolvidas pelo programa, e apresentam ainda produções desenvolvidas sobre as temáticas abordadas por parte de seus integrantes. Os artigos estão divididos em duas seções, a primeira intitulada: Educação das relações étnico-raciais, interculturalidade e interdisciplinaridade, onde constam problematizações e relatos de ações voltadas em específico para a educação das relações étnico-raciais, bem como um artigo contando a experiência de criação do Núcleo Nabisa, na Unesp de Ilha Solteira-SP, que conta com parceria do N’umbuntu; e a segunda com o título: Notas de pesquisa, apresenta o resultado de algumas pesquisas desenvolvidas por integrantes do N’umbuntu, defendidas como monografias de
graduação e especialização na Unifesspa e a Universidade Federal do Pará (UFPA).
Aproveitamos o espaço para agradecer à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) da Unifesspa, através de sua Diretoria de Ação Intercultural, que acompanhou o desenvolvimento das ações desde o início, bem como aos colegas das escolas que integraram o projeto. E desejamos uma boa leitura dessas reflexões sobre experiências em torno da educação das relações étnico-raciais.
Os organizadores.
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1 Em 2016 o Núcleo contou ainda com bolsas do Programa de Apoio a Projetos de Intervenção Metodológica – PAPIM, vinculado a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) da Unifesspa.
2 O núcleo é atualmente coordenado pelo Prof. Janailson Macêdo Luiz, docente vinculado ao mesmo instituto através da Fahist, e pela Prof.ª Dr.ª Ana Clédina Rodrigues Gomes, da Faced.
SOBRE OS ORGANIZADORES
Jonailson Macêdo Luiz
Professora da Faculdade de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Mestre em história pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Coordenador do N’umbuntu.
Ana Clédina Gomes Monteiro
Doutora em Educação Matemática pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Professora da Faculdade de Ciências da Educação da Unifesspa. Coordenadora do Parfor/Unifesspa e integrante do N’umbuntu.
Ivan Costa Lima
Professor da Universidade da Integração Internacional Lusofonia Anfro-Brasileira (UNILAB). Doutor em Educação, Universidade Federal do Ceará (UFC). Membro fundador do Núcleo de Estudos Negros (NEN), Florianópolis – SC , e do N’UMBUNTU.
Contato: [email protected]