O que pretendo nesse livro é fazer uma introdução a Fenomenologia do Espírito. Muitas das problemáticas que são apontadas na atualidade sobre a obra não fiz questão de mencionar. Detive-me a uma discussão sobe os conceitos e o desenvolvimento da proposta da obra no contexto da reflexão de Hegel. Nesse sentido, o texto obedece a uma perspectiva didática de exposição, embora seja complicado do ponto de vista do rigor que ela oferece.
Será, portanto, que esse rigor pretendido por Hegel é o que nos move para buscar entendê-lo? Entender a reflexão filosófica de Hegel é inserir-se não somente no teor da sua performance investigativa, mas é reconhecer o quão grandioso constitui a tarefa mesma do pensar. Foi através dos estudos de Hegel que pude compreender o que é fazer filosofia. A filosofia não é uma determinação pronta e acabada, no sentido de seus pressupostos estejam definidos e demonstrados. Hegel expõe que não existe uma determinação filosófica que esteja definitivamente pronta ou definida. Ela é uma construção.
O conceito se constrói e se reconstrói a cada etapa. Nada é definitivo, mas tudo é uma superação constante. Nesse viés, o que permanece é sempre algo que pode e deve ser reconstituído. Na minha perspectiva, essa pressuposição demonstra a atualidade da reflexão filosófica de Hegel. O que me faz acreditar na importância capital de revivermos o seu pensamento para podermos pensar os problemas que nos apresentam em uma sociedade em
constante transformação.