A presente pesquisa ofereceu uma análise a respeito da trajetória político-intelectual de Josué Guimarães (São Jerônimo, 07 de janeiro de 1921 – Porto Alegre, 23 de março de 1986), centralizada no período que vai desde a década de 1940 até da década de 1980, momento que corresponde à sua inserção definitiva no universo literário ficcional. A pesquisa baseou-se nos conceitos de campo, intelectual, trajetória e representação: o conceito de campo, proposto por Pierre Bourdieu, auxiliou na compreensão da rede de relações de Guimarães; a noção de intelectual, segundo as considerações de Gérard Leclerc, fundamentou a forma de ver as suas ações; o conceito de trajetória, também de Bourdieu, permitiu ver tais ações fora de uma teleologia; o conceito representação, de Roger Chartier, auxiliou na leitura da obra Os tambores silenciosos. Ao entrecruzar o intelectual, a trajetória político-intelectual, seus contatos no campo e o romance, foram encontrados caminhos para entender e interpretar a postura crítica de Josué Guimarães frente à sociedade. A pesquisa contribuiu, a partir da análise da trajetória de um único sujeito, para uma melhor compreensão da dinâmica do campo intelectual gaúcho.