Quando lemos “Memórias Poéticas de um Policial”, de Edy Alcântara, a sensação que se tem – a mais imediata – é de intensa alegria. Não que o poeta seja um “cândido otimista incurável”, afirmando que esse é o melhor dos mundos. Não se trata disso! Refiro-me a uma alegria vinda da alma, que está nas frases, nas palavras, independentemente às vezes até do que ele está dizendo. Uma satisfação de dizer as coisas, de misturar sensações e pensamentos, fatos de agora e de ontem – um exercício pleno de liberdade. Edy é uma maneira simples de se comunicar. Sua naturalidade consiste em manter a linguagem no nível coloquial, valendo-se não apenas de formas comuns de falar, mas também de matéria cotidiana. No entanto, não é fácil o processo de organização dessa matéria. Assim, nota-se nesta obra que a “VIDA” é o dom mais precioso para o homem; e que esta própria vida lhe ofereceu relacionamentos ímpares que contribuíram para sua conscientização crítica, literária e religiosa .O autor narra na primazia de seus versos, o sentimentalismo de um homem que vive uma realidade contrastante, envolvendo seus poemas e a dura missão policial, sua preocupação com as ações humanas, com o dia-dia da cidade. Dentro desse arco-íris de cores quentes – em que se confundem o insondável e o pé no chão – Edy destila angústias e humor ferino, para realizar uma poesia cristalina. Mesmo que uma declaração dessas pareça pretenciosa, considero Edy Alcântara, um dos mais lúcidos e talentosos poetas pós-modernos no Amazonas. Aprofundei-me tanto na leitura e análise da obra, que confesso, me senti policial por um instante. Ao ler “Memórias Poéticas de um Policial” você vai descobrir o porquê! Boa leitura!
Wenderson Pinto Farias.