O que vos trago são segredos de um poeta que escreve em si as dores de sua alma, o martírio de sua carne em imagens poéticas, românticas, vulgares, profanas e divinas. Não são versos quaisquer, é vida, suspiro, desejos materializados em carne, homem/mulher, vozes que emanam das entranhas da alma e se semeia no papel, com um eu lírico embriagado pela arte da poesia, derrama sonhos e fantasias com linhas sobre linhas da vida e da morte.
Não obstante, na inquietação do poeta, surgem muitos sonhos, amores, e desilusões, como um sopro divino tudo se espalha sobre a mente, lava e purifica a alma em desejos eróticas, com toques vorazes e sutis da pele. O corpo em seus versos é sacro e profano, por isso torna-se uma só em carne e um só espírito. O que vejo movimenta-se em peles alvas e negras, com suores profundos, e deles brotam poesia pura.
Junto a natureza surge a imagem saudosistas de um poeta ribeirinho/quilombola que chora em seus versos ao contemplar uma ponte, um rádio, o pai ou um filho. A esses elementos traz-se com uma fúria explosiva de toques, beijos sufocantes, calorentos, em noite de amores jogados sobre camas de retalhos cobertas de poesias, toda uma magia em elementos afrodisíacos que se expressam em palavras, suspiros, vontades e realizações com os amores que o poeta vive ou viveu.
E assim surgem meus segredos e fantasias nas entrelinhas dos meus textos e das minhas mãos, que ressuscita o poeta e sua escrita com meu primeiro verso tremido e temeroso. A poesia aflora em minha mente e parece que me chama para ela. Meus versos vêm a mim como meu corpo a ti, minha carne treme, lateja em cada tessitura que vos apresento, e minha alma refrigera-se no conforto dessa obra. Enfim e sem fim, o poeta apresenta-se ao mundo, tímido e ousado com poesia nova, moderna e livre como metáfora e poema, sem se preocupar com formas, com rimas e com métrica, porque a poesias nada mais é do que vida.
(Eder Dias – Prefácio)