As transformações sociais no campo da alimentação no que diz respeito à industrialização das comidas e bebidas é um processo relativamente recente no Brasil. A primeira bebida tipo refrigerante fabricado no Brasil por uma grande empresa, por exemplo, se deu apenas em 1941. O processo de industrialização do Brasil, o fenômeno de mundialização da cultura, as mudanças nas composições familiares, compõem as inter-relações e a complexidade no cotidiano das pessoas. Nesse sentido, identificar e analisar se e como essas transformações estão sendo percebidas e apreendidas pelos sujeitos, se faz significativo. Para esse fim, como objetivo desta pesquisa procurou-se conhecer no declarativo dos sujeitos suas opiniões, percepções e apreciações acerca do processo de aquisição e consumo do refrigerante. Tendo como abordagem teórica autores como Bourdieu, Contreras, Poulain e Canclini, essa pesquisa é de natureza qualitativa, e utilizou a entrevista semiestruturada como instrumento principal de coleta de dados. Os resultados foram analisados por procedimento de análise de conteúdo categorial temática, tendo em consideração a contextualização social, bem como a complexidade da realidade. Por fim, no que diz respeito às contribuições desta pesquisa, destaca-se que as transformações nos modos de aquisição e consumo no campo da alimentação, não modificam as estruturas políticas e econômicas. E que as mudanças quando percebidas no cotidiano, no que diz respeito ao consumo de refrigerantes, são absorvidas pelo mercado, que se adapta a continuar oferecendo essa e outras bebidas por meio de estratégias de venda.
(A AUTORA)