O surgimento da nossa espécie (Homo sapiens sapiens) nos remete há 200 mil anos, e por muito tempo, não existia nada que nos distinguisse dos demais animais. Porém, entre 90 a 50 mil anos atrás, nós começamos a desenvolver nossas capacidades cognitivas, e isto está registrado no espaço e no tempo. Podemos citar como manifestação da nossa evolução cognitiva as rupestres (O Javali na caverna de Leang Tedongnge na Indonésia; Cuevas de las Manos na Patagonia), bem como, podemos trazer o exemplo dos rituais fúnebres (La Chapelle-aux-Saints na França; a Grimaldi na Itália, entre outros).
Através da primazia do intelecto, o homem começou a modificar o seu meio, o que acarretou, há 12 mil anos, o processo de domesticação dos animais e das plantas. Este fenômeno trouxe profundas mudanças no nosso comportamento e no meio ambiente.
Com o advento da agricultura, nos tornamos sedentários. Não precisávamos migrar de uma região para outra em busca da nossa alimentação, pois ela se encontrava no nosso “quintal”. A técnica da agricultura primitiva era baseada no corte e queima, onde pequenas áreas eram desmatadas e, posteriormente, os dejetos vegetais eram queimados. As cinzas fertilizavam o solo, que em seguida, era cultivado.
Gradativamente, a população foi crescendo, passando de alguns milhões no final da Pré-História, para 7,8 bilhões de habitantes na atualidade. E, consequentemente, através desse aumento populacional, a demanda por alimentos e recursos naturais também sofreu um aditamento.
Por milhares de anos, pensávamos que os recursos naturais eram infinitos, logo, não se dava a atenção devida para as questões de preservação ambiental e, paulatinamente, as ações antrópicas (desmatamento, mineração, agropecuária…) tornaram-se mais nocivas ao meio ambiente. Contudo, à luz da ciência evidenciou o contrário, os recursos naturais são finitos. Com esta mudança de pensamento, surge a necessidade de desenvolver técnicas de produção sustentáveis.
Nessa perspectiva, o presente livro, “Ensaios em Agropecuária e Meio Ambiente”, coloca-se como um compilado de pesquisas científicas, que vem somar com a difusão de estudos voltados para a sustentabilidade do setor agropecuário, bem como, para as questões ambientais.
Luís Eugênio Lessa Bulhões
Engenheiro Agrônomo
Membro da Academia Brasileira Rotária de Letras – Seção Alagoas